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Após a ordem de bombardeio de Donald Trump contra instalações nucleares no Irã, o Parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, conforme noticiado pela mídia local.
Essa decisão ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo aiatolá Khamenei para que se torne efetiva.
A interrupção no estreito afetaria o tráfego de aproximadamente 30% do petróleo que é comercializado globalmente.
O bloqueio dessa via marítima, que se localiza entre Omã e Irã, é visto como uma resposta do governo iraniano aos ataques estadunidenses direcionados a três de suas instalações nucleares.
Os Estados Unidos são responsáveis pela segurança da navegação comercial no Estreito de Ormuz. A área é vigiada pela 5ª Frota da Marinha americana, situada no Bahrein.
O fechamento do Estreito de Ormuz poderia resultar em um aumento nos preços do barril de petróleo. Com o conflito em andamento entre Israel e Irã, empresas de navegação estão aconselhando navios petroleiros a terem cuidado redobrado na região.
Desde a última sexta-feira (13), os preços do petróleo já apresentam um crescimento significativo, que iniciou com as hostilidades. No primeiro dia do confronto, houve um aumento de 8%. Confira a evolução:
▶️ O petróleo do tipo Brent (referência global) passou de US$ 69,36 na última quinta-feira (12) para US$ 78,74 nesta quinta (19), um aumento de 13,5%.
▶️ O petróleo WTI (referência nos EUA) teve uma elevação de US$ 66,64 para US$ 73,88 nesse mesmo período, um crescimento de 10,9%. Este aumento logo no início do conflito foi um dos maiores movimentos intradiários registrados nos últimos tempos para ambos os contratos, desde 2022, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia elevou os preços da energia.
Analistas do JPMorgan indicaram que, no pior cenário, o fechamento do estreito ou uma retaliação de grandes produtores de petróleo na área poderia fazer os preços dispararem para uma faixa entre US$ 120 a US$ 130 por barril.
Nos últimos anos, o Irã já fez várias ameaças de bloquear o estreito, mas nunca as concretizou.
Uma dessas ameaças ocorreu em 2019, quando Donald Trump, então presidente dos EUA, se retirou do acordo nuclear estabelecido com o Irã; atualmente, o republicano está buscando um novo pacto com os iranianos.
‘Artéria’ do tráfego global de petróleo
O Estreito de Ormuz liga o Golfo Pérsico (ao norte) ao Golfo de Omã (ao sul) e se conecta ao Mar da Arábia. Na sua parte mais estreita, o estreito possui 33 km de largura, com canais de navegação de apenas 3 km em cada direção.
Cerca de um quinto do consumo global de petróleo transita por esse estreito. Entre o início de 2022 e maio deste ano, aproximadamente 17,8 a 20,8 milhões de barris de petróleo bruto, condensado ou combustível fluiram pelo local diariamente, de acordo com dados da plataforma de monitoramento marítimo Vortexa.
Integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), como a Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque, direcionam a maior parte de sua produção petrolífera pelo estreito, com ênfase nas exportações para a Ásia.
Os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita estão em busca de caminhos alternativos para reduzir sua dependência do estreito.
Por outro lado, o Catar, que se destaca como um dos principais exportadores globais de gás natural liquefeito, realiza praticamente toda a sua expedição através do estreito.
De acordo com a Administração de Informação de Energia dos EUA, existiam cerca de 2,6 milhões de barris por dia de capacidade não utilizada nos oleodutos atuais desses países, que poderiam servir para desviar o tráfego pelo Estreito de Ormuz, conforme dados de junho do ano anterior.