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No dia subsequente, após uma nova ofensiva israelense, o Irã lançou centenas de mísseis balísticos. Imagens mostraram o momento em que alguns desses mísseis atingiram Tel Aviv, conseguindo atravessar o sistema de defesa do adversário.
1 – O que motivou o ataque de Israel ao Irã?
Israel defendeu a agressão como uma medida preventiva para eliminar uma “ameaça iminente” que o Irã representava, ao estar supostamente à beira de desenvolver uma arma nuclear. A Embaixada de Israel no Brasil alegou que o Irã é o “principal patrocinador do terrorismo global” e uma “ameaça existencial” para o Estado de Israel, argumentando que o governo iraniano procura a “aniquilação do Estado de Israel” através de um “extenso e secreto programa de armamentos nucleares”.
De acordo com Israel, o Irã acumulou “grandes quantidades” de urânio enriquecido suficientes para produzir nove bombas nucleares, sendo que um terço desse urânio foi enriquecido apenas nos últimos três meses. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel não iria permitir que o Irã adquirisse armamentos de destruição em massa.
2 – Quais foram os alvos atingidos?
As Forças de Defesa de Israel bombardearam diversas instalações militares e nucleares em várias partes do Irã.
O alvo principal foi a usina de Natanz, considerada o núcleo do programa de enriquecimento de urânio do Irã, com Israel reportando “grandes danos” causados à instalação. Um aeroporto militar em Tabriz, localizado no noroeste, também foi atacado.
Além disso, o serviço de inteligência israelense, Mossad, realizou operações de ataques com drones para desestabilizar as defesas aéreas do Irã antes dos ataques aéreos.
3 – Quais líderes iranianos morreram no ataque?
Durante a ofensiva, a televisão estatal iraniana confirmou que o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o comandante das Forças Armadas do Irã, Mohammad Bagheri, foram mortos.
Salami era uma das figuras mais influentes do setor militar no Irã. Figura proeminente e íntima do regime, ele havia sido veterano da guerra Irã-Iraque ocorrida nos anos 1980. O comandante da Guarda Revolucionária já havia afirmado em rede nacional que o Irã tinha como objetivo eliminar o “regime sionista”, referindo-se a Israel.
Mohammad Bagheri foi o líder militar mais proeminente do Irã, ocupando a posição de chefe do Estado-Maior das Forças Armadas desde 2016. Em virtude de suas funções tanto militares quanto políticas, ele foi classificado em 2019 como um dos líderes que “durante décadas oprimiram o povo iraniano e exportaram o terrorismo”, conforme um documento do Departamento do Tesouro dos EUA.
Bagheri também teve uma participação significativa na liderança das operações e estratégias militares do Irã, englobando o programa de mísseis balísticos.
Além dele, houve a morte de dois cientistas da área nuclear, Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi.
4 – O Irã já respondeu ao ataque?
Conforme afirmado por autoridades israelenses, o Irã, em resposta aos bombardeios, inicialmente disparou 100 drones contra Israel. O regime iraniano fez ameaças, declarando que tanto Israel quanto os Estados Unidos iriam “sofrer consequências severas” por seus ataques.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, mencionou que os dois países enfrentariam um “destino amargo e doloroso” em razão dos bombardeios. Teerã também qualificou o ataque israelense como uma “declaração de guerra” e solicitou ao Conselho de Segurança da ONU que tratasse a situação de forma imediata.
Subsequentemente, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, anunciou que o país havia iniciado preparativos para uma retaliação nos dias seguintes, contemplando possíveis lançamentos de mísseis e drones. O governo também orientou a população a permanecer próxima a abrigos em caso de ataque.
Na sexta-feira (13), um dia após o ataque inicial de Israel, o Irã disparou centenas de mísseis balísticos. Vídeos mostraram alguns desses mísseis atingindo Tel Aviv, conseguindo superar o sistema de defesa israelense (assista acima).
5 – Qual a origem do conflito entre Israel e Irã?
A animosidade entre as nações, frequentemente referida como uma “guerra nas sombras”, se intensificou após a Revolução Islâmica de 1979 no Irã. Antes desse evento, as relações eram amigáveis, e o Irã foi o segundo país islâmico a reconhecer Israel.
O regime dos aiatolás instituiu uma república islâmica que se posicionava como defensora dos oprimidos, destacando a rejeição ao “imperialismo” americano e a Israel, rompendo assim as relações com Tel Aviv. O novo governo também transferiu a embaixada israelense para a OLP (Organização pela Libertação Palestina), que liderava a luta por um Estado palestino na época.
6 – O Irã constitui um risco nuclear?
De acordo com Israel, essa ameaça é real e urgente. O Irã, por outro lado, afirma que seu programa nuclear é de natureza pacífica.
O governo de Israel sustenta que o Irã acumulou a quantidade de urânio enriquecido necessária para produzir de nove a quinze armas nucleares, com um terço dessa quantidade obtida nos últimos três meses, além de estar em um estágio avançado em um programa nuclear secreto destinado a fabricar uma bomba.
Em março de 2023, a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU também indicou que o Irã estava levando a cabo o enriquecimento de urânio. Um dia antes do ataque de Israel, o Conselho de Governadores da AIEA, pela primeira vez em 20 anos, repreendeu o Irã pela falta de colaboração com seus inspetores. Em reação a essa reprimenda, o Irã declarou que criaria uma terceira unidade de enriquecimento em seu território.
7 – Qual é o arsenal bélico de cada nação?
Israel dispõe de uma vantagem tecnológica em seu armamento aéreo, tendo em sua frota 340 caças, entre eles modelos sofisticados como o F-35, F-16 e F-15, adquiridos dos EUA. Seu sistema de defesa aérea é considerado mais avançado, incorporando sistemas como Seta, Domo de Ferro e Viga de Ferro.
O país possui aproximadamente 90 ogivas nucleares e conta com os Estados Unidos como aliados primordiais. O orçamento militar de Israel para 2022 foi de US$ 19,4 bilhões, com uma força ativa de 169,5 mil soldados e 465 mil reservistas.
O Irã se destaca como uma potência militar regional, apresentando o segundo maior efetivo, com 610 mil militares ativos e 350 mil reservistas, além de um orçamento militar avaliado em US$ 44 bilhões para 2022. Com 273 aeronaves de combate, sua frota é composta por jatos mais antigos ou obsoletos, incluindo modelos da era soviética.
O Irã ultrapassa Israel em 13 vezes no número de veículos de artilharia e lançadores de mísseis, e tem se destacado na fabricação de drones de alta tecnologia, como o Shahed-136 e o Mohajer 10.
8 – Quais foram os comentários dos Estados Unidos?
O governo dos EUA negou participação direta na operação israelense, afirmando que Israel agiu por conta própria e que a prioridade de Washington é proteger suas tropas na área, conforme declaração do secretário de Estado Marco Rubio.
O presidente Donald Trump, por sua vez, instou o Irã a “chegar a um acordo, antes que não haja mais opções”. Trump ressaltou: “Já houve muita morte e destruição, mas ainda é possível pôr fim a esse massacre, considerando que ataques ainda mais severos estão sendo planejados para os meses seguintes”.
9 – O que mencionou o Brasil?
Em um comunicado, o Itamaraty expressou que o governo brasileiro “condena enfaticamente e acompanha com grande preocupação” a ofensiva de Israel, observando que isso representa uma “clara violação” da soberania do Irã e do direito internacional.
“Os ataques colocam em risco a possibilidade de uma grande conflagração na região, representando um sério perigo para a paz, a segurança e a economia global. O Brasil apela a todos os envolvidos para que demonstrem a máxima contenção e clama pelo término imediato das hostilidades.”
10 – Quais foram as reações de outros países?
A ofensiva de Israel provocou uma série de reações ao redor do mundo, com diversos líderes solicitando prudência e a redução das tensões. A União Europeia, a ONU, a Otan, o Reino Unido e a Alemanha pediram a Israel e ao Irã que exerçam máxima contenção. A China e a Rússia criticaram as ações israelenses; enquanto isso, a França reforçou o direito de Israel à autodefesa, mas também pediu um relaxamento das tensões.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) expressou sua “profunda preocupação” em relação aos ataques a instalações nucleares, alertando sobre o risco de “liberações radioativas com sérias repercussões” e reafirmando que os sítios nucleares nunca devem ser alvo de ataques.
11 – O confronto irá prosseguir?
As ameaças do Irã e a retórica de Israel sugerem que sim. O porta-voz das Forças Armadas de Israel, Effie Defrin, afirmou, após os bombardeios, que as forças do país estavam elaborando uma estratégia de ataque em etapas, indicando que a operação pode ser prolongada.